segunda-feira, 14 de maio de 2012

Boemia



Queria saber fazer poesia, ou pelo menos conseguir ler um livro inteiro. Desligar o computador e desconectar das poucas coisas que restam. Desligar, formatar, recomeçar. Conhecer, se deitar e pedir pra ir embora. Deitar, dormir e sonhar. Noite, música e olhar. Casa, verdade, colchão pra duas. Desabafo, conselho e medo. Vazio quando se acorda. Vontade de preencher com o que há de belo e prazeroso da superficialidade das relações boemias.

Gosto de escassez

 
 - Volta e meia nos deparamos com o sentimento de que falta alguma coisa em nossa vida. Essa falta que nos move a lidar com essa sensação de vazio, da necessidade e carência que boa parte experimentamos. Quantas vezes você encontra um sentimento inequívoco de falta de algo que nem sequer conseguimos definir direito o que é? Esse gosto de escassez, de insuficiência, de insatisfação é a grande faísca que dá partida às nossas ações, planos e sonhos. Acredite! Se admitimos que essa falta jamais será preenchida com as ilusões do universo material, ou mesmo emocional, vamos abrandar a fome com que nos atiramos às pessoas e às coisas. A felicidade está dentro de nós, e não fora, no outro ou em outras circunstâncias. A falta nos guia em direção a quem está a nossa volta, seja um amigo (ou um inimigo …), seja o ser amado ou seja em novas escolhas de vida.

domingo, 13 de maio de 2012

Feliz dia das Mães :)


  

O dia das mães só tem uma vez por ano, mais eu vou te amar todos os dias, até o fim da eternidade. 

Pequena epifania...


- Eu preciso te falar tanta coisa, que ando nas nuvens e ninguem percebe o que acontece. fico louco só de imaginar, teu olhar me faz faltar o ar. Ás vezes eu não me entendo, pareçe que você é a unica. Tanto tempo ainda não consegui seu beijo, tantas palavras e ainda não resumi o que eu tenho. Eu preciso de você ninguem pode explicar, to acreditando na minha fé, mais ainda tem tempo eu vou te esperar. Sigo meu pensamento que esse dia vai chegar.

I will ...

Eu vou te esperar. Eu vou acreditar em nós. E no final, tudo vai dar certo.

Doce peKado ...

Com você, eu...

Quero começar assim:









Continuar assim:



















E terminar assim:









Mas só se for com você...

Detalhes que somente o tempo pode resolver

- Parece um teorema sem ter demonstração
E parece que sempre termina
Mas não tem fim.
Nunca tem fim ...
Você é minha complicação
Hojê vou dormir com você!!

sábado, 12 de maio de 2012

Atrás do seu olhar



- O bar fedia a fumaça, espessa e ocre. Ela se despediu da amiga ao telefone e subiu os últimos degraus, adentrando no ambiente colorido e parcamente iluminado. “The beauty a gray”, “The beauty a gray, hey now”, cantarolava o vocalista de uma banda desconhecida ao microfone martelando um refrão conhecido da Live, a melhor banda pós-Nirvana dos anos 90. A turma já havia escolhido uma mesa bem central, protegida de um spot de luz por uma parede que trazia um pôster antigo e descascado de Pearl Jeam. O ambiente lhe era familiar. Curtia aos extremos desses bares soturnos que escondiam a noite tendo como trilha de fundo os acordes do rock’n’roll, tanto faz se na forma de roupagens novas e levemente eletrônicas, ou o rock pesado e obscuro que ela imediatamente ligava à Inglaterra, aos pubs londrinos em que uma mulher podia beber uma caneca de cerveja sem parecer uma alcóolatra. Ela olhou a fauna ao redor. Três meninas arrulhavam olhares sentadas em um sofazinho à direita. Uma turma de 20 e poucos anos acotevelava-se ao redor de uma minúscula mesa redonda. Dos dez ocupantes, dois disputavam uma demorada partida de xadrez em meio ao burburinho das vozes que aumentavam de volume toda vez que o vocalista da banda desconhecida empunhava novamente o microfone. No balcão perdido no meio da sala e iluminado por um dos poucos pontos de luz do escuro ambiente, dois rapazes, um ruivo de cabelos curtos e um moreno vestindo uma camiseta em que se lia em letras garrafais “I Love Black Sabbath”, dividiam uma cerveja. No canto do mesmo balcão, protegido pela escuridão proporcionada pela luz que não o alcançava, um sujeito de camisa verde claro e bigodinho perdido sobre a boca terminava uma dose de uísque, tendo ao colo um daqueles bizarros blazers pretos de couro que denunciam funcionários públicos, bancários e contabilistas.
Sentou-se em meio aos amigos. Já estavam na segunda rodada de cerveja. Bebiam em pequenos copos, desses que em padarias próximas à Avenida Paulista se serve café com leite. Pediu ao garçom um copo igual. Ele assentiu com a cabeça, e ela viu seus compridos cabelos encaracolados que caíam sobre a camisa xadrez desaparecer por trás do balcão. Em minutos o garçom depositou o copo à sua frente. Em minutos ela exterminou a cerveja gelada que seu amigo, diretor de arte recém-chegado de dois longínqüos e intermináveis anos na Irlanda, despejava em seu copo. O líquido gelado escorria pela sua garganta e deixava-a, aos poucos, levemente entorpecida. Olhou com olhos inquietos o relógio. Os números em vermelho do mostrador digital mostravam dez para as onze e nada dele aparecer. Ela tinha vindo essa noite porque sabia de sua presença na mesma mesa em que agora, entre indecisa e cada vez mais falante devido aos copos de cerveja gelada que não paravam de ser esvaziados, se perguntava se realmente seria interessante & correto & edificante & benéfico& saudável para sua paz de espírito se meter com ele.
Não teve tempo de refletir, pois ele já invadia a mesa com sua voz rouca. Trazia um tricot verde escuro no braço, e parecia ainda mais jovem metido na t-shirt branca encardida que usava. Cumprimentou a todos e o olhar intensamente verde que trazia durante poucos segundos aprofundou-se nela. E durante frações de segundo que o tilintar do coração definiria como interminável caso decidisse imitar e parar de bater, ela ficou sem ação. Não sabia se sustentava o olhar, encarando a altivez fingida dele com uma mentirosa arrogância de autoria dela. Não sabia se desviava o olhar e fingia concentrar todas suas atenções no casal de namorados que agora tomava a mesinha ao lado acompanhado de carícias explícitas. Não sabia se deveria saber alguma coisa. Cumprimentou-o fingindo leve descontração.
- Oi. Tudo bem?
- Olá, respondeu ele zombeteiramente. Então nos encontramos novamente.
Acentou o “novamente” com toque de ironia, como quem sabe que pega o outro numa mentira deslavada. Ela bebeu o resto da cerveja que já começava a esquentar. Sabia que de tanto bater seu coração havia parado, igualzinho ao título daquele filme romântico que ela sempre via na locadora e nunca levava. Em seguida, em mais um de seus interrogatórios íntimos e pessoais, em que ela encarnava a inquisidora-sado-masoquista, perguntou há quanto tempo os dois brincavam de gato e rato e o porquê dessas idas e vindas, de encontros e desencontros em que nada diziam e tudo queriam dizer. Não obteve resposta.
Só vislumbrou o motivo quando, depois de muitas cervejas, discussões acaloradas e roçar propositalmente descuidado de mãos, pernas e braços enxergou no fundo dos olhos dele a resposta, tão na cara quanto desses momentos em que se perdem os óculos e eles estão ali, às vistas, enterrados sobre a cabeça, e não há visão de raio-x que nos faça perceber. No fundo escuro da pupila dele, tão imerso quanto seres abissais que navegam profundezas oceânicas, ela percebeu que ali havia medo, um profundo, escuro e pegajoso medo quanto ao desconhecido e doce estrago que ela poderia fazer em sua vida.
Foi por isso, que quando a noite despachava seus personagens soturnos de volta pra casa, e ele perguntou como quem não quer nada, mas quer ouvir uma resposta que diga tudo, se ela tinha como ir embora, que ela respondeu, tenho, vou com Fernanda e Antônio. Porque ela já não era dessas mulheres que sim, dizia sim a uma carona já antevendo a despedida no portão seguida de um convite para curtir o cafezinho/a última dose/a saideira/um copo d’água logo ali, em casa. Porque era dessas mulheres que compreendem, seja num átimo de segundo, seja no vagar de uma consciência adquirida durante a noite, o mês, a vida inteira, que dois olhares que se desejam pela insensatez percebida no olhar um do outro, são um caminho sem volta em direção a mais extrema, irracional e interminável loucura.

(Crônicas)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Acordei com você ...

 E mais um dia acordei pensando em você. Pois é. agora acontece com frequência, parece até castigo. Pensamentos e lembranças rondavam minha mente antes de dormir. Porque é tão difícil aceitar a idéia de que não somos mais futuros namorados? Todos aqueles sorrisos, todas aquelas brincadeiras… Tudo aquilo se perdeu. Quase Dois anos se passaram e absolutamente nada mudou. Quer dizer, mudou, e muito. Eu amadureci, e creio que você também. Mas no fundo, nossos sentimentos continuam o mesmo. Ódio? Amor? Ódio você por ter me abandonado. Ódio por eu ter te abandonado. Amor? Nem acredito mais se isso ainda existe. Você provou que era tudo uma grande mentira, porque continuar acreditando nele? Hoje ouvi a seguinte frase: “Se não brilha mais, não insista. Lâmpada queimada não se arruma, se troca por outra.” Ainda brilha, sei que sim. Por mais que já tenha se queimado há muito tempo. Trocar? Impossível, já tentei e não funcionou. Meu coração está quebrado, em mil pedacinhos, que chegou a um ponto de não senti-lo mais. Minha visão está embaçada, como sempre. E quando fecho os olhos, seu rosto vem em minha mente. Coração maldito, Quero ser feliz de novo, quero me sentir bem de novo. Quero te abraçar. Quero olhar seu sorriso e poder sorrir também. Quero dormir sabendo que no dia seguinte você irá correndo me dizer “bom dia, minha pequena”, e poder te dizer o mesmo. Quero você de volta, apenas ...





  Se, ao te conhecer, dei para sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir 
.. //
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu


terça-feira, 8 de maio de 2012

Rupturas ...

E, no meio de tantas mudanças, muitas rupturas. Algumas coisas foram encaminhadas pro novo destino, outras se perderam irremediavelmente. O que sobrou posso contar nos dedos, antes eu mal conseguia fechar as gavetas tão abarrotadas de coisas, pessoas, lembranças. Mas o que houve afinal, além de um processo íntimo, pessoal, intransferível? Uma mudança externa também, porque há sempre um desconforto em quem se acostuma com o nosso comportamento mais antigo.E além de lidar com o luto da morte do que éramos, ainda o estranhamento dos que não aceitam o que nos tornamos. Porque mudam os gostos, a disposição e os planos. E alguns reagem como se você os tivesse abandonado no meio de uma viagem a dois por outro continente, quando só você sabia falar a língua local mesmo que os impedisse de aprender o idioma .E, no meio de tantas mudanças, algumas desavenças. Só porque aqueles mesmos não entendem, não entendem, não entendem, porque não querem aceitar, que tudo é tão dinâmico e que nem deve ter sido tão brusca essa mudança, mas que a coisa maturou durante um tempo em que só queriam que você se envolvesse numa história DELES, que se misturasse nas emoções DELES, que traduzisse o mais íntimo DELES.E, ao mesmo tempo, você estava amadurecendo uma mudança sua e a coisa toda doía, doía. 
Mas eles não perceberam. Porque a demanda sobre a vaidade deles era grande demais, importante demais, imprescindível demais pra sua poesia. E, de repente, a minha poesia não queria falar mais sobre nada disso. 
Minha poesia queria ser uma carta anônima, um silêncio, uma brincadeira. Minha poesia não queria ser nada além de uma frase jogada do mais íntimo de uma iluminação sobre um determinado assunto.Porque, no final das contas, o que escrevo nem é poesia... é prosa, é carta, é desabafo, é qualquer coisa. 
É um bilhete manuscrito pregado no espelho só pra desejar Bom dia !

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Tempo

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos


domingo, 6 de maio de 2012

Mania

Mania de jogar o cabelo pro lado. Mania de sorrir quando sente alguém olhando demais. Mania de coçar os olhos e olhar o visor do celular como se houvesse chegado alguma coisa e não viu. Mania de estudar escutando música e revirar os olhos sempre que escuta, ouve ou vê alguma bobagem. De sorrisos, de olhares, de vozes e cheiros. Mania de achar que nem tudo é aquilo que se vê. De imaginar situações com quem nunca viu e se arrepiar, sorrir, se desesperar por isso. Mania de fechar os olhos antes de dormir e te desejar boa noite em pensamento, dorme bem, sonha comigo, te quero muito e bem...


Caio Fernando Abreu